sábado, 13 de outubro de 2007

BLAKE
RIMBAUD

( banda de poesia elétrica primitiva)
(quita-feira) 18 de outubro de 2007
21 horas
No CAFÉ CULTURAL
Avenida Gomes Freire, 205
Lapa- Rio de जनेइरो

O poeta Cantor Voluntário da Pátria
EDU PLANCHÊZ e sua banda
de poesia elétrica primitiva BLAKE RIMBAUD
se apresentarão nessa próxima
quinta feira 18 de outubro de 2007
no CAFÉ CULTURAL
( Avenida Gomes Freire, 205-
Lapa- Rio de Janeiro ).
( preço 10 REAIS)
Contato: (21) 9218-36-42
Obs: O microfone estará aberto para os poetas de plantão


RELIASE
banda
B L A KER I M B A U D
p o e s i a e l é t r i c a p r i m i t i v a
Um poeta/cantor e quatro músicos, uma família que se encontra na vida e no palco sob o signo do visceral para saudar o existir, questionar os valores vigentes, bradar por justiça, liberdade, consciência e atitude.
Edu Planchêz, poeta seguidor da tradição dos grandes poetas visionário, lidera essa banda de “poesia elétrica primitiva” pelo puro prazer de derramar sobre a sensibilidade das pessoas tonéis de poesia, usando para isso a voz e a engenharia sonora dos irmãos músicos. As canções de autoria de Edu Planchêz e parceiros é um convite ao intenso, ao deliro e a reflexão. Armados de um Rock hibrido desconcertante, com toques do maracatu, do blues, de cantos indígenas e outros sons da terrestres, essa banda eficiente, durante uma hora e quarenta e cinco minutos, vai abrindo os portais da literatura universal e do auto-conhecimento, sem deixar de lado o furor urbano, a profecia, a ode a natureza interna e externa.
“O POETA É A ANTENA DA RAÇA”!
“As flores vicejam mais nas páginas dos poetas
do que nos jardins verdadeiros।”

Sob o signo da transformação e do delírio nasceu a banda de poesia elétrica primitiva BLAKE RIMBAUD, banda essa criada por Edu Planchêz poeta cantor ativista, seguidor dos mestres visionários da poesia, da filosofia e da música. Edu Planchêz também integra o grupo “Voluntários da Pátria”, grupo esse criado pelo cantor compositor Tico Santa Cruz, (vocalista da Banda Detonautas) e um grupo de poetas formados por Tavinho Paes, Betina Coop, Igor Coutrin, G rad Azevedo, Baiá Tonele, Pedro Poeta, Leprevost, Tiago Mocotó entre outros. Edu Planchêz está em turnê com o Voluntários da Pátria viajando por todo o Brasil, levando música, poesia e reflexões coletivas. “Os Voluntários da Pátria” ficaram conhecidos por organizarem atos publico pelas ruas do Rio de Janeiro e em outras cidades com o intuito de despertar a consciência e o questionamento. A Banda de poesia elétrica primitiva BLAKE RIMBAUD, foi criada no ano de 2003 tendo a sua primeira formação composta por músicos da cidade de Jacareí estado de São Paulo. Edu Planchêz mudou-se para o Rio de Janeiro no ano de 2004 com a intensão resgatar a carreira e conseguir novos músicos para compor a BLAKE RIMBAUD. Edu Planchêz participa da vida cultural do Rio de Janeiro e do Brasil a quase três décadas, formando bandas, fazendo recitais, criando movimentos, ongs, coordenando comissões de literatura, sendo conselheiro de Fundações Culturais, publicando livros de poesia, enchendo as páginas da internet de arte e loucura, caminhando pelas ruas por puro prazer.
Segundo Ícaro Odin Planchêz ( filho de Edu Planchêz, músico e poeta), a Blake Rimbaud tem nesse momento a melhor formação de sua história, com Danilo Lima (guitarra 1), Reinaldo Gore Doon (guitarra 2), Ivan Guilhon(baixo), Daniel Mendes (bateria) e Edu Planchêz (voz).
A Blake Rimbaud está determinada a tomar seu lugar na cena Brasileira e mundial, porque merece tal expansão। A Blake Rimbaud é fruto do trabalho, do estudo, da pesquisa e do talento. Certamente estampará seu nome com grandes letras de fogo e poesia por todas as páginas e palcos do mundo vigente.

Banda de poesia elétrica primitiva
B L A K E R I M B A U D
Edu Planchêz- voz
Danilo Lima- guitarra
Reinaldo Gore Doon- guitarra
Ivan Guilhon- baixo
Daniel Mendes- bateria

Contatos para shows, matérias e entrevista:
Tels: (21) 9218-36-42 (21) 3233-10-53
E-mail: eduplanchez@yahoo.com.br
site: www.blakerimbaud.com.br

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

entrevista

Momento histórico
J o c a F a r i a e n t re v i s ta E d u P la n c h ê z


A HORA DOS DIAMANTES

“Nós, os Celebreiros, declaramos somente contar com a chama de nosso interior/Contamos apenas com o “mar de raios”, do sol do céu,
do sol de nossos corações brasileiros universais/Possuímos raízes profundamente fincadas/Determinamos cobrir esse país –Terra/
com as folhas de ouro da poesia/“Não avançar é recuar”/Nossas mãos, vozes, palavras, inauguram a comunicação de alma para alma/
Essa é a atitude de um celebreiro pau para toda obra/Essa é a nossa doce entrega/Nada ou ninguém é caso perdido/
Avancemos!/Caso queira,nos acompanhe/Avançaremos, e o que importa é avançar/Se desejar, nos chame de tropicalistas,
mangue-beat, nação-brasílis, homens-mulheres de pedra orgânica, ciclone invisível,
ou qualquer outra maravilha sem cotação na bolsa de Pequim/O fato é que estamos acordados
diante de uma terra cheia de estrelas e demônios estrelas./Nada à temer/
A Lei das Leis é a nossa pele selvagem/Nossos sonhos ganharão corpo no reino da matéria/Não abriremos mão, ser feliz é a nossa opção/
Infalivelmente os verdadeiros humanos serão evidenciados/ A voz do poeta é a maior de todas as vozes
porque a poesia é a maior de todas as revoluções” EDU PLANCHÊZ



Quem é Edu Planchêz? Onde nasceu? Onde cresceu?

Edu Planchêz é um homem simples, nasceu no mesmo bairro que nasceu o mestre Guinga, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Zona Norte. Edu Planchêz é um guerreiro incansável que segundo o mestre Dailor Varela não passa de um animal poético de versos livres e alucinados. Orgulhosamente ele é um dos maiores poeta cantor pensador de seu tempo, dedicou uma existência a essa “loucura”. Edu Planchêz é irmão do mundo, brasileiro universal, rebento do novo, uma ou duas crianças brincando com as próprias fezes, um ancião adorador de mitos e comédias mais velho que Enoke, um devasso revolucionário que ama fazer amor com orientais e negras sobre as copas das árvores. Edu Planchêz nasceu para quebrar a couraça da hipocrisia com suas artorianas mãos de Budha, com sua voz profundamente humana, com suas palavras intensas carregadas de ouro e lama. Edu Planchêz ainda está nascendo. Edu Planchêz cresce nas lagunas dos corações de seus fraternos amigos. “As pessoas que eu amo, amo bastante.” “Daqui do Rio de Janeiro eu estou te sacando!” Viva o Príncipe Luís Melodia!!!


Como vê a arte hoje?

Como sempre fiz, com os olhos da boca de minha alma de gás azul. Vivo no século XXI mas tenho braços e pernas espalhados por todos os séculos passados e futuros. Os verdadeiros artistas deveriam abandonar o egóico e partirem para o social, assim como faz o meu irmão Tico Santa Cruz ( Vocalista dos “Detonautas”) e seu grupo performático “Voluntários da Pátria” grupo do qual faço parte. Jim Morrison disse: “Quando os assassinos do verdadeiro reino obtém licença para agirem livres, mil mágicos surgem sobre a Terra!” Porra! Eu sou um desses Mágicos! Você também é?!?! Se acreditar... “Todo jornal que eu leio diz que a gente já era, que não é mais primavera...a gente ainda nem começou!” DEFITIVAMENTE, NÃO É O FIM, É HORA DE DESPERTAR, DE APONTAR TODAS AS LANÇAS INCENDIÁRIAS PARA OS OLHOS DO SOL HUMANO. A arte e seus criadores são sacerdotes, é preciso que haja essa compreensão. Medo de quê? Acredito que estar enterrado numa carceragem, nos equinócios de um hospício, nos trapos de um leito hospitalar ou nos egoísticos acordes de si mesmo, é degradante.


Como vê a internet?

Tanta gente falando de Internet... “que depois da roda e da televisão é a maior de todas as invenções”...deve ser.Vivemos a Era da comunicação, a Internet veio para facilitar a vida, mas ela não tem vagina, não tem cérebro, não tem pernas, não tem braços, não tem pau, não tem bunda: sou mais eu, sou mais você. Caralho, a Internet é uma ferramenta de trabalho fuderosa, para nós escritores tarados é uma maravilha. Ter o mundo sob a ponta dos dedos é excitante. Eu adoro. Gostaria que saísse leite de verdade do peitão que me ataca agora nessa tela faminta. Mas se eu quiser leite mesmo tenho que ir até a geladeira ou bater uma mística punheta.
Em tempo: Eu sou a maior de todas as invenções! Ou seria a sirírica?


Rio x Sampa?

Duas Terras queridas, dois pontos no mapa, duas canções, os aros das minhas orelhas. Vivo no Rio de Janeiro porque aqui enterrei o meu umbigo, amo essa cidade, suas histórias, ruas, pessoas e encantos. Recomendo a todos o livro “ Carnaval no Fogo - Rio de Janeiro uma cidade excitante”, livro este, escrito pelo genial jornalista Rui Castro. Nesse livro sê tem a real noção do que é viver na fabulosa RJ.
O estado de São Paulo, a cidade de São Paulo, minha segunda pátria: amo e odeio. Nas brenhas do estado de São Paulo inventei esse Demônio poeta vomitador de metais em combustão, trepando nas forquilhas das goiabeiras do quintal de nossa casa lá do Parque Novo Horizonte. Esse mesmo Demônio, correu pelas valetas do Jardim da Granja catando gravetos e lambaris raquíticas. Não posso negar, sinto falta da Mantiqueira majestosa, dos meus irmão e irmãs de luz e trevas, das mulheres que gentilmente me doaram suas bocas e pêlos. No estado de São Paulo nasci para a poesia, para o meu despertar espiritual e humano. Tenho grande gratidão a essa Terra e suas pessoas. Amigos das terras de São Paulo, saudades!


Como tá enxergando São José dos Campos hoje?

Com saudades, sem saudades. “Toda cidade é uma lenda.” São José dos Campos e todo o estado de São Paulo possuí muitos olhos provincianos, não gostou de me sentir vigiado-censurado. Dei muito e pouco recebi; fui escorraçado, humilhado por pessoas de mente estreita voltados apenas para seus próprios interesses. Hoje entendo Cassiano Ricardo, da sua aversão aos valores da sociedade joseeense, da forma que a cidade lhe cobrava só porque ele era “um corpo humano que venceu”. Cassiano Ricardo e sua poesia são maiores que São José dos Campos, que a burrice e os burros que tentaram me oprimir. Por onde ando nem todos conhecem São José do Campos, mas certamente conhecem ou ouviram falar de Cassiano Ricardo. Tenho um amigo ( o poeta CHICO CHAVES) que atualmente coordena o setor de Artes Plásticas da FUNART que funciona no prédio do Ministério de Educação e Cultura (MEC) aqui no Rio; ele afirma que Cassiano Ricardo é um moderno criador de imagens, de metáforas extravagantes, que não deve nada a nenhum poeta do mundão dos poetas visionários. Chico Chaves disse que Cassiano Ricardo precisa ser redescoberto. Na época que eu era conselheiro e coordenador da comissão de Literatura da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, levei a proposta do Chico Chaves para uma parceria entre o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e a Fundação Cultural Cassiano Ricardo para fazermos um ciclo de exposição e debates sobre Cassiano Ricardo aqui no Rio de Janeiro, simplesmente fui ignorado, o professor Diniz ( que era o presidente) não tomou conhecimento, o conselho cagou. Não recebi de São José dos Campos o valor que mereço, mas reconheço que muito aprendi com a cidade, com algumas pessoas. Afirmo: os melhores filhos de São José dos Campos são meus irmãos irmãs amigos amigas! É uma pena que os interesses políticos tenham destruído uma Fundação criada pelos artistas, Fundação essa que fez trabalhos primorosos e que serviu de modelo para muitas outras Fundações do Brasil e do mundo, eu sou testemunha. Usar o nome de Cassiano Ricardo, dar o nome dele a uma fundação Cultural conservadora e a uma remota avenida é uma grande hipocrisia. São José dos Campos jogava pedras fedorentas em Cassiano, só porque ele era famoso, genial, amigo de pessoas influentes... A grande poesia de Cassiano Ricardo precisa ser lida, ela não carece dessas homenagens menores. Sugiro que mudem o nome da Fundação Cultural para Fundação Cultural Dailor Varela. Dailor Varela é meu padrinho, poeta de renome nacional. Quando Belchior esteve em São José dos Campos, perguntou-me no camarim do teatro Municipal: “ Aqui não é a terra daquele grande poeta? Respondi, “Cassiano Ricardo!?”, Belchior disse, “não”, Dailor Varela!!! Dailor foi o cara que me descobriu, que me entrevistou pela primeira vez quando era o responsável pelo caderno Vale Viver. Dailor precisa ser mais valorizado, ele é grandioso, homem de coragem, criador de extrema capacidade, irmão dos que ousam e do simples, ele está para muito além dos que usam a horrenda mortalha do poder. Para mim Dailor Varela é mais importante que Monteiro Lobato.
Dailor Varela, presidente das Nações Unidas dos Pássaros Comedores de Brasas Arreganhadas.


Leis de incentivo o que acha?

Não sei. Não quero falar sobre isso, deixo para o Franklin Josias e para o meu parceiro Eduardo Pane. Liguem o Gilberto Gil, para Beth Brait, para o Alcemir Palma, para o Cacá Diegues, para o Jarbas Passarinho, para o Golbery. Pesquisem na Internet. Só um comentário: A novela das oito é de longe melhor que a maioria dos filmes que foram patrocinados por essa dita Lei de Incentivos. Tenho acompanhado algumas pré-estréias que rolam toda semana no cine Odeon-BR (que fica aqui perto de casa), sinceramente, pouca coisa que vi me comoveu, gostaria de saber quem foi que falou que Caio Brant é cineasta. Porra, os caras pegam um montão de grana ( do Itaú, da Sabesp, BNDS) para fazerem aquelas merdas, filmes caretas defensores de padrões conservadores. O cinema é uma máquina cara, simples e complexa, requer profundidade, peso filosófico, magnitude tribal, xamânismo crônico, seriedade solar. Todas as glórias a Neville de Almeida, o mestre dos meus olhos curiosos. Neville, diretor célebre de “A dama do Lotação,” Navalha na Carne”, “Os sete Gatinhos”, “Matou a família e foi ao cinema 2”... e uma porrada de outros títulos iluminados. Encontro Neville sempre, com uma câmera digital no reino das mãos, captando tudo, ele vive entre os poetas, entre os da rua, ele é uma pessoa simples, não usa a sua celebridade para se isolar do mundo e das pessoas, ao contrário, não estagnou como a maioria dos que fazem sucesso. Orgulho-me de ter como amigo e irmão o mahatma Neville de Almeida. O Rio de Janeiro é lugar apaixonante, e seus habitantes...os peixes da lua cheia.



Como o mundo reage a sua poesia?

Calorosamente, com espanto, indignação, repulsa, desprezo, prêmios, comendas, tapetes vermelhos, pedradas, beijos na boca .Não tenho o que reclamar, minha poesia cumpre sua função junto a sociedade humana, ela é uma bunda na janela, um ouriço do mar de diamantes cravejado de pérolas e amigos. Escrevo em primeiro lugar para as minhas sonoras pupilas. Uns me chamam de psicodélico, outros de intenso romântico, outros de lunático, outros de “momo sexual”, e outras coisas que agora não recordo.
Abri o Orkut alguma horas atrás e me deparei com o seguinte comentário: “Você já leu o perfil do lunático Edu Planchêz, vocalista da banda-desgraça Blake Rimbaud?...” Joca, estou ficando famoso, pop, celebridade, farol das novas gerações, exemplo a ser seguido. Joca, eu sou apenas um andarilho que faz de suas palavras flechas perfumadas. Joca, pela poesia rompi com a minha família, fiquei por anos longe de meu filho, de mim foram arrancados amores, morei andando por muitas estações, usei farrapos, pedi esmolas, fiquei sem poder ir ao médico, ao dentista, pedi carona, roubei comida, fui trancado no manicômio. Não me arrependo de nada. A minha integridade, a integridade da minha poesia e da música que faço transcende esse tempo, seguramente se espalhara a todos os povos. Minha banda “Blake Rimbaud “ é a nova grande banda do Brasil. Acabo de publicar dois livro: “LATITUDES DO ESCORPIÃO” e “INDIO NEON”( segunda edição) que esta à venda na internet, é só me procurar no Orkut. Minha banda também está disponível para shows... www.blakerimbaud.com.br




Você é pop ou cult?
-Pergunte ao povo.


Por que não escreve mais aqueles ensaios maravilhosos que fazia
na pagina dois do Litter?
- Voltarei a escrever.


O poder público compra a consciência dos artistas?

A minha, não! Neste momento estou gravando dois discos, um de poesia, ou seja, os poemas que fazem parte do meu livro “Latitudes do Escorpião” estão sendo gravados por mim e por Grad Azevedo no apartamento dele na Glória, e também acabo de entrar em outro estúdio com os músicos da minha banda, a Blake Rimbaud ( os guitarristas Danilo Lima e Reinaldo Gore Doom, o baterista Daniel Mendes e o Baixista Ivan Guillon) com produção de Felipe Cavalieri ( atual produtor do cantor baiano Riachão), camarada que por muito tempo foi técnico musical produtor da Som Livre, ele assinou muitos discos que certamente estão e vossa estante, por exemplo: “Cantoria um e dois”, o encontro de Geraldo Azevedo, Xangai, Elomar, Vital Faria e Alceu Valença.



O que acha da burocracia nas artes?
Uma merda, mas há quem goste...


Considerações finais?
Um poema de meu novo livro “Latitudes do Escorpião”:


N a t e s t a d o s m u r o s

Tudo corre, tudo é mercado, Era digital:
ciflas astronômicas cobrem
os céus que antes eram cobertos de astros e bailarinas

Não quero esse mundo sem violas reais,
sem cadeira nas calçadas de Vila Isabel

Acordo diante de uma realidade há muito profetizada
Os homens deixaram seus cérebros serem tomados
por vermes de porco

Nada me curva, mundo apodrecido!

Amigo Irael Luziano,
irmão, as juras que fizemos estão impressas
na testa dos muros

Edu Planchêz

Fale-nos de novos artistas?

Destaco a cantora paraibana ELMA ALEGRIA,o violonista cantor compositor maranhense GRAD AZEVEDO,o ator performático IGOR COLTRIM, a cantora mineira que gravou uma de minhas músicas, a SANDRA GREGO, o poeta TAVINHO PAES ( autor de “Rádio Blá”,” Totalmente demais”, entre outros sucessos), o poeta pernambucano BRASIL BARRETO, o TICO SANTA CRUZ do Detonautas Rock Club, o poeta professor paraibano FLÁVIO NASCIMENTO, o poeta joseense DOUGLAS ELEOTÉRIO que está aqui pelo Rio cursando Letras na UFRJ e fazendo parcerias brilhantes com Antônio Cícero e Ferreira Gullar, a poetisa BETINA COPP, a cantora poetisa LIDOKA ex-Frenética, o poeta BAIÁ TONÉLI, o ator poeta EDUARDO TORNARGUI, o poeta cantor compositor LÉO MANDI, o poeta JOÃO MARCELO PLANCHÊZ ( meu irmão), o poeta intelectual GUEDES BUENO, as poetisas JOSEFINA DE MELO, DANIELA PENELUPPE, DIRCE ARAUJO, BETH SOUZA, BETH BRAIT, o múltiplo musicista MARCUS FLEXA, o poeta RICOLA, o poeta REINALDO SÁ, o poeta ZÉ MORAES, o compositor EDSON PRATA entre muitos outros aguçados criadores de respeito.
O Brasil e o Rio de Janeiro estão vivendo uma intensa febre de poesia: muitos saraus acontecendo, poetas e mais poetas derramando o leite da solidariedade sobre o rosto da cidade Mãe, do país Pai.


O que anda compondo?
Algumas novas canções, eis a letra de uma delas:

CADEIA


150 pessoas confinadas num cubículo
que no meu entender
cabe apenas um único demônio

A imagem dolorida permanece latejando, impossível digerir,
não encontro respostas no campo do sentimento

Nessa noite
fui na companhia de alguns amigos
a uma carceragem
(em Nova Iguaçu),
ao chegarmos encontramos irmãos
iguais a nós,
sentados no chão sujo e frio,
estavam lá à nossa espera
Ali na qualidade de poetas solidários,
levávamos e buscávamos
um pouco de calor humano
e esperança para nós e para aquelas pessoas habitantes do inferno

Acredito que estar enterrado numa carceragem,
nos equinócios de um hospício,
nos trapos de um leito hospitalar
ou nos egoísticos acordes de si mesmo,
é degradante

Edu Planchêz

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Sobre a cauda da mulher televisão


A noite alta de pessoas palavras
acho que veio de Petra
para ficar para sempre
sobre a cauda da mulher televisão

A noite suplica aos olhos do desejo:
descortine as intimas peças!

A mordida de amor dos lobos
cresce na noite alta de pessoas palavras

A magia das sapientes letras se enrosca
lentamente nos zumbidos arfantes
vindos da cinemateca mulher

Procuro Anaís nos corpos
do meu português experimental,
nos panos aquecidos
do corpo capital das navegações possíveis,
nos caminhos de Buena Vista

edu planchêz


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O h g r a n d e p e i x e

Oh grande peixe,
venha morder a isca,
que essa odisséia escrita
esta apenas começando

Vertebrado de louras escamas,
minha aventura humana passa
pela ponta do lápis
e pelos oráculos da voz

O que busco cabe com perfeição
no recipiente que tens,
na gota viva da humildade,
nos ondulados tapetes

Oh grande animal,
o mar do caribe nos alcança
aqui na varanda ,
avisto tua chegada
nos riscos da tela do radar
dos homens azuis

Uma garrafa do mais lusitano vinho
foi comprada nos armazéns
do porto mais próximo,
sob o sonâmbulo sol dos mariscos
entrarás na simplicidade do meu Éden

Grande peixe de olhos cor de limo e café,
nos dentes da carretilha da máquina
de fazer medusas existe uma inscrição
que as barbas do capitão não leu

Entre as costuras dos felpudos casacos
dos “azulados” está a cartilha ,
a vareta, os vocábulos e a escotilha
(para admirarmos
com as asas trêmulas
a próxima aparição)

Muitas vezes afirmei
esse não ser o reino de meus trans-amores:
pulsava adentrar-me nos véus que a morte oferece,
para tocar na crista do calafate diamante

Hoje de banho tomado,
após muitos porres de plasma,
retorcer grades, estilhaçar cercas,
trapézios mentais...
reservo ao próximo um pouco de tudo
e compreendo que esse diminuto planeta
é o soldado do real combate,
nele alcanço o albatroz,
o carcará dos intermináveis verões,
o descanso e as garças do mestre

Que essas palavras não sejam só palavras

edu planchêz
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General tigre de pedra


General tigre de pedra, apresentando armas!
Nos aposentos do comandante desses eflúvios
nunca o ar salgado mingua,
percebo isso observando no retangular espelho
o sapatear das sardinhas

Após chupar uma amarela laranja
escuto a bela canção do “Íra!”: “feliz aniversáro...”
preocupado com o destino do imenso
turbilhão de poemas que arranquei
de meus emaranhados

Estarão intactos aqueles cadernos deixados por mim
nas costuras de uma mala
numa das prateleiras da casa
de meu irmão joão Marcelo Planchêz?

Quase dois anos sem caminhar pelas neblinas
do vale de Cassiano Ricardo


edu planchêz
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As ginastas


As ginastas são as que mais me enlouquecem,
quando elas abrem as pernas,
quando esticam as mesmas pernas,
quando lançam seus braços de bondade
para além de seus uniformes floridos...
tocam as nevoas borbulhantes do homem
e o que ferve não é o café,
e o sono, é o sonho,
é a mecânica do desejo avassalador

Para quê notas e medalhas?
o maior prêmio é vê-las quase sem roupas
espalharem seus corpos exatos
sobre o assoalho de nossas peles

edu planchêz

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Co m c a r n e
o u c a r n e n e n h u m a

("o falcão inteligente oculta as garras")

Com carne
ou carne nenhuma
eregir arrecifes
nos ardis dos paredões subterrâneos

Ter as retinas submersas
no caldo do silêncio
retirado dos lajedos
da música de Creópata

As jóias da Rainha
florescem no que há de novo
e no que há de antiqüíssimo

Os dias e as noites
de todos os tempo se erguem
para desenrolarem um tapete

Aquele que não se conhece
jamáis me conhecerá

Nossa realesa
quer que busquemos a arca da intensidade
no grão violeta da íris

edu planchêz
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U m ma r t e l o


Um martelo,
foi o que encontrei vagueando;
a princípio nada com ele farei,
nenhuma serventia para tal ferramenta;
nada de pregos ou cacos de vidro para moer.

Martelar longe de qualquer cerca,
perto do entendimento

Um martelo rola nas embalagens das caras
que faço para sobreviver na silvícola cidade

Se tivesse mesmo um martelo de pedra partiria essa esfera
para que os pássaros abandonassem os sombrios quartos

O solvente relógio martela
os esquadros e as sentenças
nos deixando nas mãos da matemática

Diante da nudez dos que foram abduzidos
Pela nave das palavras do poeta
estendo o véu tecido com fiapos de cabelos



edu planchêz


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Um outro


Um outro poema, uma outra vida,
um diferente modo de tricotear uma manta.
Outras mãos, outras cuias expostas aos chuviscos

O homem que conhece a onça de seus pesadelos
não precisa de capas douradas para receber os magnos amigos

Mesopotâmia Bahia na rota do poeta namorado da relatividade

-Edu Planchêz,
“Você se parece muito com o meu amigo jornalista Michael...”
-Sim, pareço, é relativo...

A vida relativa do meu outro eu flutua noutra dimensão,
agora, é não ter o que dizer porque quase tudo já foi dito

Um outro traje, uma diferente espécie,
a fêmea contemporânea solta os fartos seios sobre as encostas,
essa cidade merece
Mereço rever “Henri e June”

A corrida pelas riquezas do ártico!
As andanças no vale dos reis!
Os marmelos tirados da tela do Mestre Amarelo!

Tal qual o chefe da “família Monstro”,
construirei um barco dentro de uma garrafa,
para que você a quebre e me tire de lá



edu planchêz


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S i g e l a s c e n a s



Essa é a cena:
minha mulher dormindo com a cabeça pousada no travesseiro rosa,
deitado no mesmo travesseiro, o nosso negro gato

Da TV, recebo o mar estourando sobre os recifes de santa Lúcia;
aparentemente tudo é destruído, fragmentado,
perdido para sempre

O planeta terra
que mora aqui em casa nos reserva singelas cenas
O reino aquático transcende
os limites urbanos e chega aos aquedutos de nosso lar
impulsionado pelos furacões do pensamento
e pelas canções do Buena Vista Social Club
de meus amigos cubanos

Minha mulher dorme, o gatinho dorme...
escrevo essas linhas roçando as sobrancelhas
nos batons que recebo do oculto


edu planchêz



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Garças são carneirinhos voadores


As garças pintam de branco o inverno do sertão de Sergipe,
são milhares, são milhões.
Garças são carneirinhos voadores
(nas lentes perfeitas da menina Cecília Meireles)
rolando pelas beiras dos manguezais “feito carretéis de lã”

Os mesmos pastores do poema de Cecília continuam assoprando
numa folhinha qualquer canção
enquanto a tromba d’água de sedentas garças despenca
sobre o telhado dos olhares

Esse é o inverno da fartura,
garças vindas das mais longínquas latitudes
são arco-íris de algodão
entrelaçado-se nos troncos e nos galhos
das árvores de nossas vidas


edu planchêz

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O poema de cêra


“A velha raposa jamais esquece a colina onde nasceu”
Nitiren Daishonin

“Música é vida interior,
para aquele que tem vida interior não existe solidão”

Sabiás destrincham os emaranhados
abrindo os botões do vestido dela,
mulher-motocicleta, mãe rainha rascante do rock,
quizera tê-la nos tentáculos da guitarra

Até então, referia-me a uma mulher de concreto sabor
doravante permitirei que a substancia ocupe a maior parte do poema

O poema é um bolo sobre a mesa de anima
nos resta, partir o poema em partes desconexas
por pura atração marginal

O poema de cêra derrete inundando a toalha e os talheres,
respinga no chão e nas trompas,
aguarda calado a próxima alucinação


edu planchêz




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Marilza Francisco do povo



“Edu Planchêz, o povo não compreende o que você escreve !”
Ouvi dizer que o povo mal sabe onde fica o buraco do cú,
mas possue seus mistérios

Quem foi que disse que escrevo para ser compreendido?

Eu me compreendo e isso já é o bastante,
não tenho obrigação alguma de escrever para algo ou para alguém

“As verdades vêem do povo!”
E as mentiras também, mas...

(No espelho, Edu Planchêz)
Povo, eu também sou povo, habito a mesma sociedade Terra,
freqüento o mesmo mercado, ando pelas ruas do povo,
bebo nos mesmos copos...

-“Mas, por que você não é igual a um nós
“que vai para o seu trabalho todo dia sem saber se é bom ou é ruim”?”
Por uma simples razão, eu penso, desenvolvi a custa de valiosas leituras
e vivencias o senso crítico e a habilidade de trilhar o próprio caminho.
Se o povo conhecesse Michel Foucault e outros mestres
do pensamento, deixaria a tola inocência,
deixaria de ser uma marionete sob as patas dos poderosos.

Infelizmente o povo não sabe o que significa a palavra marionete.

Desde que me descobri uma vaca profana abandonei a manada
porque Nelson Rodrigues me disse que “toda unanimidade é burra”.
E pensar, não é tão difícil assim,
basta pôr uma super dose de Artaud no fundo intenso do crânio.
Mas até chegar aos pés escuros de artaud é preciso passar pela morte
da tríade tradição-família-propriedade.
Compreendo a dificuldade de se chegar a esse patamar,
mas algo precisa ser feito para que você não se torne algo inerte.


edu planchêz
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Jardins fugidios

O que seria do ar se não fosse a guitarra?
O que o seria do oxigênio sem aqueles acordes?
Acordes?

Em cada esquina, uma tromba,
um grão de arroz de óculos escuros,
migrantes janelas sem rostos,
jardins fugidios

A que altura estamos?
Em que praia despejaremos o mercúrio?
-Mercúrio?
-Sim, somos cruéis e sem rostos,
espero que não esqueça

O motor e as hélices sublimam os pavilhões de nossos pobres ouvidos
Elevados a quinta potência da inutilidade
entramos no que restou do mar

edu planchêz
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Lá se vai o “s”
Servindo de isca
Para os beiçudos
Das profundezas
Gramaticais
Beliscarem
Seus plurais
Por dentro
Dos pratos,
No meio
Da gordura quente
Das verbais
Frigideiras,
Entre as batatas
E a farinha
De letras,
Para enfim
Em nas vísceras
Comporem
Versos canções


edu planchêz
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A BOLA DE FOGO SUJO


O que dizer,
o que cantar para tentar dormir?

A bola de fogo sujo
A bola de gente sem vida
A tragédia anuncia,
poderiá-mos evitar?

Forças para ntervir nesse assunto...
O que dizer, o que cantar para tentar dormir?
Cinzas dos que estavam no avião,
Cinzas dos que ficaram

A bola do fogo sujo
da revolta dos que partiram
e dos aqui ficaram
para chorar e aprender

Lado oculto,
O que significa?
O que vimos?

As orações que a música entoa nos põe de joelhos
diante de nossos entes que foram rasgados
por algo incompreensível


edu planchêz
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MEU CORPO E O CORPO DOS JORNAIS



Ezra Pound entrando pelos orifícios do corpo,
do meu corpo de papel moeda,
do meu corpo de cinema novo

Versando sobre nenhum tema
porque nenhum tema passeia nessa hora
de juntar partículas e planetas

Planetas, arranco do papel
da última hora
e da volta dos que nunca deveriam ter ido

Compreender o ultimato do agora
para dar outros formatos ao que esta vindo

Os grande nomes do cinema
cabem no vão das águas
que invento sobre essa lâmina

Corto a cabeça do parafuso
formado por meu corpo e o corpo dos jornais
para nunca mais ter que me rosquear
aos porões dos turvos pensares

O que fazer com tantos poemas?
O que não fazer com tantos poemas?

Fazendo da duvida o pulso do próximo passo,
do erro das fábulas do primoroso dia

Ferreira Gullar move as portas das casas
que agora são livros
Cassiano Ricardo mora comigo nos sótãos da cidade
e nos relâmpagos cortadores de línguas

As pedras fedorentas que o mundo nos atira
entram na metamorfose de nossas palavras roedoras
Minhas palavras roedoras correm, correm, correm...
até o rompimento da barragem,
até o homem comer com o cérebro sangrando o espelho

Agora tenho água na moringa libertária
do corpo que o barro me deu
Agora a cerâmica dos que pensam
em água adquire o formato de um copo vazio

edu planchêz
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POEMA A1

Os dizeres dessa madruga ainda no halo da juventude
submetem meus ternos ouvidos aos veredictos da música
que meu corpo quer

Senhora Cinderela das águas termais desse sonho,
não sei se a mãe do que guardo dorme
ou passeia pelas calçadas da Copacabana futura

Lavo as mãos nas mãos de Neruda
Lavo os pés no simples decote da tarde

A vida é muito mais que os aplausos que ora recebo,
que o profundo sono que se abateu sobre meus transistores
nessa manhã

edu planchêz
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POEMA A2

Escrevo para mim... para os meus espantalhos...
para os palácios...para as palhoças...
para os meus irmãos de penas...
para os legendários piratas...
para minha mãe...

+Estou tentando ler a “História da Loucura” de Michel Foucault,
ando pelas páginas iniciais, pelas mordaças da histórias,
pelos museus do inconsciente coletivo

O que direi na próxima frase?
O que comerei para transpor as silenciosas camadas do breu?
O que escreverei nas páginas da luz, vem de perto,
vem de longe, vem das pináculos das hortênsias!

Minhas pequenas palavras
ostentam em seus galhos atóis rodeados de vulcões,
por isso, generoso amigo(a),
permita-me em suas orgulhosas tranças derramar a líquida página
habitada por robalos, caranguejos e mexilhões

edu planchêz
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POEMA A3

Qual gancho o escritor aqui usará para compor o próximo poema?
O macaco do vídeo clipe que vejo na MTV?
A anta do que andei pensando?
O Xeique meu futuro mecenas?
As andanças de Marco Pólo entorno da lua da Microsoft?

Novamente Jim Morrison invade por puro delírio as medalhas
e os anéis (dos palcos que piso),
a música plasmada sobre meus ombros,
as casas dos caretas...

Esse humano poeta comum Edu Planchêz escreve
para destravar em si mesmo a velha depressão,
as pontiagudas flechas do medo da morte,
os canhões de confete...

edu planchêz
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OS FILHO DA MORTE BURRA


No Brasil de 23 de agosto de 2007,
jovens de vinte e dois anos mais velhos
que os verdadeiros velhos
sem nenhuma utopia
caminham tensos pelas ruas de suas casas velhas sem nenhuma luz,
sem nenhuma luz de Rabin Dranath Tagore,
fechados nas sexuais telas da impotência
se masturbam contemplando corpos em decomposição

Norte de minha Fé,
onde estavam o beija-flor e o arco-íris na hora do nascimento dessas criaturas?

Eu entrando na virtuosa idade e eles entrando em idade nenhuma
Quantos raios de flor restam nos corredores do céu de vossas bocas?
Quais nascentes clamam por seus nomes?

Os filhos da morte burra cheiram a branca poeira da anemia,
esqueceram que um dia tocaram na poesia da transgressão
em pleno ventre de suas esquecidas mães;
esqueceram de colar o ouvido no chão
para ouvir as ternas batidas do coração das borboletas

Os filhos da morte burra,
desconhecem ou nunca ouviram falar em iluminação;
jamais levantaram uma folha para compreender o labor dos insetos;
jamais ergueram uma taça de orvalho brindando a vigorosa lua;
abrem a boca apenas para vomitar

edu planchêz

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poesma A7

Devemos ou não devemos nos separar?
Cai raio, um milhão de raios
na atmosfera gelada dos rochedos
de nosso amor de homem e mulher,
pinto no quadro-negro de nossos olhos labaredas e seixos

Aguar as plantas de nossa casa com o gás vindo dos abismos

Grande amor que rompeu comigo os anos e a neve,
o barro, as lavas e o vigor da falta de quase tudo,
sigamos de mãos dadas
porque berram no fim do túneo dezenas de trombetas
anunciando um novo mapa
e macias almofadas de lã

Queimemos com o fogo de nossos sentimentos
o lixo do que falamos e as mazelas

Nosso sono mineral será tranqüilo


edu planchêz
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A grande vida do Guerreiro da Luz


A grande vida do Guerreiro da Luz
reflete as orlas de miríades de sombras e estrelas
Entre erros e acertos o Guerreiro alongou os braços,
pegou a próxima laranja, o próximo amor,
a próxima curva

A grande vida do Guerreiro da Luz
reflete as orlas de miríades de pássaros e insetos,
entre galhos e arames retorcidos,
faz de seu corpo um objeto cortante,
parte os frutos e as pedras,
as garras do monstro dinheiro
e o metal das celas

A grande vida do Guerreiro da Luz
reflete as melhores cenas, os atores e os cineastas,
a poesia do grande poeta chileno,
os campos de centeio,
o milimétrico solo da voraz guitarra,
os mirabolantes passos de Márcia primeira bailarina do Teatro Municipal

edu planchêz

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Acordei me sentindo Manoel Bandeira

Acordei me sentindo Manoel Bandeira
naquele filme de Joaquim Pedro de Andrade
Peguei a pequena panela, aqueci o leite
Na frigideira, estendi as fatias do pão
que trouxera de Londrina

Vou me embora para Salvador, lá com Betina
e os outros irmãos do sagrado
encontraremos uma passagem
para os Reinos antigos
Antes mesmo do meio-dia
estaremos todos na crista do verão
dos flamingos e do albatroz
prontos para traçar com as patas o riscado
que nos levará ao centro do Brasil fraterno

No reino de Manoel Bandeira
( que fica no beco central de Muraquitã )
seremos servidos em taças de sorvete de cupuaçu
(porque somos sorvetes)
aos pássaros cantadores de histórias
E no estômago desse seres
( que é o castelo de Gine é um gênio )
comeremos as invenções do irmão Jimi Hendrix
embalados pela brisa balsâmica da floresta Tupy

EDU PLANCHÊZ

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Aqui, Baixo Lebrom, noite de 7 de setembro de 2007.

Aqui, Baixo Leblom, noite de 7 de setembro de 2007.
Todas as centelhas de minha soberana vida de Guerreiro da Luz penetram na pele dessa cidade Rio de Janeiro, na pele das pessoas q amo e q me amam.
Aqui estou, um poço aberto de água clara e saborasa.
Vc pode provar quantas vezes quizer esse frescor q agora sinto bem perto da alma do mar. Irmãs e Irmãs da Grande noite do meu coração. Muito além de todas as mazelas do planeta, bem, aqui na simplicidade das horas pequenas, nos abracemos, nos abracemos para brindar o nada e tudo dessa nossa irmandade absoluta. Sou poeta, filho desse sal grosso e da clorofila gerada pelos beijos de amor. Sejamos eternos guerreiros, n ceder um único centímetro nessa busca(luta) imensurável. Vos ofereço a grandesa de meu coração de leite de rosa.

NAN MIOHORENGUE KIO

Avante, Volutários da Pátria!
Orgulhosamente

EDU PLANCHÊZ

Desenho de giz na noite funda de estrelas.

Quem escreveu esse foi io meu Irmão João Marcelo Planchêz q mora em São José dos Campos:
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Desenho de giz na noite funda de estrelas.

A noite está apenas começando, existe um certo suspense, as ruas estão vazias, já passa das vinte três horas.
A avenida principal da cidade é extensa, sobre o asfalto circula o silêncio, que por hora traduz em tom escuro a vaidade destas esquinas, que vem se misturar às aparições coloridas, exibindo ao longo da calçada suas fragrâncias chamativas, bem dizendo, mulheres cujo beijo proibido à cidade acontece desejando seus corpos.
Os olhos percorrem a flor da tentação, querendo despedir-se no espelho alquimico, é a maneira sexual dos anjos, que se fartam em seus corpos.
A noite resume –se num passeio de alcunhas anônimas, existe celebridade, porque de fato é uma arte a sedução.
Elas, intrinsecamente carregam em suas entranhas uma essência sem culpa, vem ao encontro de uma cura final para um vazio labirinto do desejo.
A lua, as estrelas, as dimensões, silhueta sem alma, sem beijo na boca, o amor se disfarça em encontros casuais.
Estas poucas mulheres não herdam o apocalipse de certas Marias, são anjos ou demônios, que tatuam em suas vidas o deus lascivo da vontade.
A cidade oculta os passageiros da luxuria, aos poucos vai se colocando em papel passado à extensão dos leitos não oficiais, isso acontece só em dados estatístico, dificilmente vem à tona o número do colegiado dos filhos das outras.
Seria não navegar a verdade, se não podermos anunciar intimamente os sussurros e gemidos em portas fechadas, nos hotéis baratos, a ocupação de certas pessoas que cuja herança de família é repudiar a má causa, é pecar às escondidas.
Quantos são aqueles que levam o bom nome e nenhum passado bate em suas portas, mas tudo sempre ocorre do mesmo jeito, porque todo o processo é frágil, elas não se pertencem mais, a vida fica lá fora nas esquinas!
O presente não se figura mais, o passado sempre espreita sem tempo, com memórias, no fundo existe uma adolescente molestada, um quadro terrível, um drama, algo que ninguém esquece, o que jamais irá secratizar, mesmo cauterizado com o paliativo, no lugar do coração vai pulsar uma pedra de gelo.
A noite é uma criança feliz, estas mulheres precisam se sentir vivas, maquiagem básica, pintadas para o estrelado, economizam lágrimas, desabam um sorriso sobre a face amargurada, a bailarina dança sua sina, novamente a menina acha-se nos braços da noite, o encantamento não vai durar para sempre, mas longe se vê o desenho de giz na noite funda de estrelas.

Marcelo Planchez

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

o beijo da serpente arrependida

GALERA q tem acompanhado o VOLUTÁRIOS DA PÁTRIA por esse Brasil a fora , eis a eis a letra ciflada de O beijos da Serpente Arrependida pra tudo mundo aprender a cantar e tocar. Em breve o clip da música com a minha banda BLAKE RIMBAUD estará no yotube. Usem e abusem. EDU PLANCHÊZ
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O BEIJO DA SERPENTE ARREPENDIA

( edu planchêz/ Rás Adalto )


E
“Procuro em cada canto o beijo da serpente arrependida” ( 2x)
G E
“Procuro em cada canto o beijo da serpente arrependida” ( 2x)
G A
Amor, o mar sempre escuro( 3x)
E
O mar é sempre um cabo partido,
G A
um vulto que engole todos os medos ( 2x)
G
um vulto que engole


(F#-G)
Amor, qualquer maneira de sol vale o passeio
ando cambaleando,
um surto de cores varreu o pátio de minhas torres

E
“Procuro em cada canto o beijo da serpente arrependida” ( 2x)
G E
“Procuro em cada canto o beijo da serpente arrependida” ( 2x)...


(F#-G)
Amor, encontraremos um cidade perfeita
Amor, o mar não cansa de anoitecer,
e o marujo que ouve suas histórias,
morre leve nas gaivotas,
veleja no equador dos ciganos

E

“Procuro em cada canto o beijo da serpente arrependida” ( 2x)
G E
“Procuro em cada canto o beijo da serpente arrependida” ( 2x)...


(F#-G)
Amo, a serpente morderá a calda antes que a Terra esqueça o seu eixo
e se precipite louca pelo espaço
Amor, o sal corroeu as facas bordando arquipélagos em nosso peito (3x)
O sal!!!!!!!!
Ó grande oceano de Comte Lautrémont, eu te desafio!